segunda-feira, 23 de abril de 2007

Cadernos de Telejornalismo - SBT Meio-dia

Cristiano dos Santos, Leonardo Danezi, Jairo Santos e Marcos Jana

O telejornal escolhido foi o SBT Meio-Dia, transmitido de segunda a sexta-feira das 12 às 13 horas para Blumenau e região. O SBT (Sistema Brasileiro de Televisão) tem o perfil de uma emissora bastante popular e o jornal em análise segue o mesmo padrão. Em decorrência disto a maior parcela de telespectadores se concentra nas classes sociais mais baixas. Na cidade de Blumenau a emissora tem sua afiliada há aproximadamente dois anos. Neste período conseguiu uma audiência média de 8 pontos.
O jornal SBT Meio-Dia da rede SC-SBT não corresponde à estruturação apresentada por Curado (2002). Segundo autor o noticiário de meio-dia se prende ao que aconteceu durante a manhã, traz informações sobre qualquer coisa que se possa fazer a noite e acontecimentos ao longo do dia, o que não é visto no SBT Meio-Dia.
Para Curado (2002), o primeiro bloco tem como obrigação apresentar fatos novos da manhã, notas com assuntos relevantes da pauta que podem ou não ser desdobrados na edição seguinte, informações meteorológicas e vts de acontecimentos importantes com desenvolvimento durante o dia. Os temas apresentados neste bloco que se encaixam com a descrição do autor foi o boletim que traz informações do tempo, reportagem sobre acidente causado pela falta de freio que resultou na morte de um aposentado, reunião sobre o salário dos têxteis. O bloco conta com mais reportagens abordando os seguintes assuntos: preço do diesel para navios pesqueiros, moradores de rua e acidente de outro caminhão.
O segundo bloco, baseado em Curado (2002), tem que ter um VT compartilhado com assunto polêmico do dia que determina maior aprofundamento, entradas ao vivo, coluna servindo como respiro. É importante que os vts sejam segmentados para que não se perca, uma vez que cada um de seus pontos será alvo de entrevistas. Mas nenhum destes pontos é abordado neste bloco do SBT Meio-Dia, que se resume a falar apenas de esportes. Apresenta cinco notas simples, quatro reportagens e muito comentário com Peninha. Os assuntos abordados são: vôlei feminino, basquete feminino, vôlei masculino, copa de futebol society e remo. Os comentários são eitos após todos os VT.
O terceiro bloco teoricamente deve apresentar reportagens feitas fora da cidade para agregar público e oferecer uma visão menos bairrista, informações práticas e de direitos do consumidor e da cidade, notas curtas em seqüência, coluna e uso de arte para esclarecimento. O jornal analisado trabalha neste bloco assuntos de comunidade, não seguindo a linha de Curado (2002). É um bloco bairrista, que traz matérias da cidade, com comentários do apresentador, com conotação de jornalismo de serviço.
O quarto bloco que seria mais leve com informações sobre manifestações culturais, tendências e hábitos, e com vt de encerramento contendo imagens da manhã sobre um fato importante, não existe. O que há, é um bloco com Rudi e Willy.

O jornal SBT Meio-Dia trabalha, segundo a classificação de Rezende (2000), os gêneros informativo e opinativo. Os três blocos trazem matérias com muita informação, porém sempre que há oportunidade os apresentadores e comentários emitem sua opinião sobre a informação veiculada.

1º Bloco
5 reportagens – que fornecem um relato ampliado de um acontecimento, mostrando suas causas, correlações e repercussão. Constituem-se de cabeça, off, sonoras, boletins e nota pé. Assuntos factuais, acontecimentos do dia a dia.
1 boletim – Previsão do tempo feita por telefone.

2º Bloco
5 notas simples – relatos sintéticos e objetivos de um fato, apenas lido pelo apresentador sem imagens.
3 reportagens – que fornecem um relato do acontecimento (com cabeça, off, sonoras, passagem e nota pé).
2 comentários – jornalista especializado em esportes faz uma análise, explica os acontecimentos e mostra os problemas.
3º Bloco
4 reportagens – relato do acontecimento.
4 comentários – jornalista não especializado em assuntos sobre comunidade. Orienta o público, que pode conferir ao seu trabalho uma conotação de jornalismo de serviço.
2 merchandising – propaganda dentro do bloco do cartão de crédito da Blubel.

O SBT Meio-Dia usa poucos recursos visuais. Somente os caracteres de nomenclatura e no momento da previsão do tempo. Os planos mais utilizados são: plano médio, americano, fechado e o geral. Todos de acordo com o que pede nas matérias, salvo às vezes que foram utilizadas imagens relacionadas apenas para ilustrar a matéria. O ritmo da edição é constante, com imagens de cinco a oito segundos cobrindo os offs. As matérias são bem fragmentadas basicamente com off, sonora e passagem. Nesta edição que foi analisada não foram encontrados “sobe som”, mas em outras edições é utilizado no bloco de comunidade para dar um tom de drama na matéria. Apresentadores em plano médio com cortes de câmera simples nos momentos exato, tudo bem ensaiado.
O telejornal estudado destaca temas voltados à comunidade de Blumenau e toda sua região, o que é observado na matéria sobre o porto de Itajaí. Prioriza fatos que afetam a pessoa comum, como a reunião para o aumento de salário dos têxteis, o aposentado que foi atropelado por um caminhão. As matérias em sua maioria são sobre temas polêmicos e buscam focar os problemas do cotidiano.
Nesta edição o SBT Meio-Dia trouxe reportagens de acidente de trânsito focando a falta de estrutura nas estradas e o descuido do motorista com seu veículo; greve com a matéria do porto ligando-a a discussão do diesel em Brasília; reunião salarial dos têxteis em Blumenau. No bloco esportivo os temas priorizados foram os esportes amadores como o remo, o futebol, focando a valorização dos mesmos na cidade; e as conquistas no vôlei e basquete, para apontar que o município tem outros esportes em destaque. No bloco voltado à comunidade os temas abordados se relacionavam com os bairros e cidadão de Blumenau, com enfoque nas dificuldades do povo.
O SBT Meio-Dia pode ser classificado, segundo definições de MACHADO (2000), como telejornal de “modelo polifônico”, pois o apresentador é mais um condutor, em geral impessoal, com sua função principal sendo levar as notícias. No caso analisado, os apresentadores também fazem parte da produção das matérias, mas no geral tentam ser imparciais. A pequena estrutura regional força Alexandre Gonçalves a ser ao mesmo tempo editor chefe e apresentador, invadindo um pouco o que o autor especifica como modelo “centralizador e opinativo”. Mas toda vez que se refere à empresa evita dizer o que pensa ou tomar posição. A opinião fica na boca dos comentaristas, o que acontece nesse veículo.
O jornal tenta manter seu padrão de “modelo polifônico” colocando os opinantes como comentaristas e não deixa na boca dos apresentadores. É o caso de Alexandre José com o quadro Comunidade e do Peninha no bloco direcionado ao esporte.
Marcondes (2000) quando trata de jornalismo contemporâneo, refere-se exatamente ao que é apresentado no SBT meio-dia. O formato utilizado no telejornalismo é o melhor em termos de síntese informativa. Os grandes paradigmas são geralmente influenciados pela indústria da publicidade onde podemos destacar: modelo esportivo de noticiário, lógica da velocidade, preferência do vivo, substituição da verdade pela emoção, popularização e o expurgo da reflexão.
No modelo esportivo de produção de telejornais são apresentadas como se fosse a transmissão de um futebol, onde as cenas falam por si própria e a intervenção do narrador é mínima.
A lógica da velocidade se refere tanto a rapidez que cada emissora traz ao público, quanto a ritmo utilizado. Entende-se que neste modelo, a rapidez da notícia é a grande referência do telejornalismo. Por outro lado, a matéria fica engessada, dotada de padrões superficiais de produção.
A preferência do vivo, por vezes pode limitar a informação. O próprio jornalista pode estar relatando parte da história, somente aquela que ele está vivendo no momento, pois se houver desdobramentos em outro local no mesmo momento do “vivo”, este não será registrado.
Substituição da verdade pela emoção, este telejornal tem por finalidade provocar emoções, sensibilizar os telespectadores. Geralmente as cenas filmadas registram dor, desolação , tristeza.
Alguns jornalistas questionam este modelo porque a notícia se transforma em espetáculo e o real pode até mesmo ser compreendido como ficção.
A popularização é um procedimento tipicamente de televisão, usando procedimentos simples, palavras simples, de fácil compreensão sem questionamentos e sem contar com a memória do telespectador .
Expurgo da reflexão: a televisão é um instrumento, canal, meio que as imagens nos fazem acreditar em tudo. Acreditamos no que vemos e as imagens por vezes são inquestionáveis. E com este sentimento, acabamos não as questionando.

Nesse sentido, no SBT Meio-Dia, ainda existem problemas a serem resolvidos visto que é um jornal em formação. Como por exemplo a forte ligação com o rádio, já que muitos de seus profissionais de lá vieram; maior uso de recursos visuais. Porém ao longo de sua breve história vem melhorando a cada dia a forma de trazer a informação ao público.
Porém, o telejornal SBT Meio-Dia é uma nova opção para a região de Blumenau. Mesmo sendo novo, já apresenta um profissionalismo respeitado e padrão invejável. Trabalha com foco no povo blumenauense e traz com isto temas polêmicos, muita informação geral e política, parecendo assim, um porta-voz da comunidade quanto aos órgãos públicos.
Bibliografia:
BARBERO, H. & DE LIMA, P. R. Manual de telejornalismo. Rio de Janeiro, Campus, 2002.
COUTINHO, I. A busca por critérios editoriais em Telejornalismo. Belo Horizonte, INTERCOM, 2003.
CURADO, O. A notícia na TV: o dia-a-dia de quem faz telejornalismo. São Paulo, Alegro, 2002.
MACHADO, A. A televisão levada a sério. São Paulo, SENAC, 2000.
MARCONDES, C. Comunicação & Jornalismo: a saga dos cães perdidos. São Paulo, Hacker, 2000.
REZENDE, G.J. de. Telejornalismo no Brasil: um perfil editorial. São Paulo: Summus, 2000.

3 comentários:

Unknown disse...

queria manda uma barço pro dedão!!
e outro para todos que trabalhão para até nossas casas informação de alto nivel abração!!
bom trabalho continuem sempre assim!!

Unknown disse...

Boa tarde!

Quero enviar um vídeo, qual é o procedimento?
Espero resposta no meu e-mail o mais rápido possivél.

Desde já agradeçO!!!

wanderleia.radical@gmail.com

Unknown disse...

quero ver se agora eles tomam alguma providencia com as pessoas pois a minha casa quase caiu com um desmoronamento foi interditada pela defesa civil, mas mandaram nos com urgencia para a assistente social para arumar uma outra casa para nós desde fevereiro de 2007, nunca mais tivemos noticis nem da prefeitura nem de nem uma assistente social na minha casa. na rua ararangua fiz um acordo com o dono da casa e reformei ela to devendo mas moro nela ainda ajuda nunca veio de ninguem muito menos da prefeitura queria que voce alexandre levasse a publico esse imail para que não aconteça com os outros o mesmo que aconteceu comigo só esperei e nunca apareceu nem uma ajuda só promessas do pessoal da assistencia social,pois a situaçao aqui para muitas pessoas é critica mesmo. obrigada