segunda-feira, 23 de abril de 2007
Cadernos de Telejornalismo - TVL Notícias
O “TVL Notícias” é exibido pelo canal TVL da Câmara de Blumenau. Essa emissora iniciou suas atividades com a transmissão da sessão ordinária do dia 15 de fevereiro de 2000. A TVL pode ser sintonizada no canal 19, da BTV e a NET disponibilizou o canal 16 para essas transmissões. O “TVL Notícias” é exibido diariamente, às 12h35min, e tem como finalidade divulgar as campanhas da Prefeitura, bem como projetos de lei dos vereadores do município, ou seja, divulgar os atos do Poder Legislativo e informações do interesse público de ordem cultural, política, educação e saúde.
De acordo com COUTINHO (2003), os critérios de noticiabilidade são: interesse e anormalidade, imprevisibilidade e atualidade, proximidade física ou afetiva, quantidade e poder multiplicador e critérios retóricos.
Pelo que analisamos, constatamos que os principais critérios utilizados no vídeo de nosso trabalho foram:
à Interesse e anormalidade – fatos que atingem boa parte da população e que não acontecem com freqüência.
à Imprevisibilidade e atualidade – eventos inesperados e atuais que despertam mais a atenção do telespectador.
à Proximidade física ou afetiva – o assunto em debate atinge direta ou indiretamente o telespectador, devida à proximidade geográfica ou afetiva com o fato.
Cremos que estes critérios ficam evidentes nas notícias veiculadas e no formato em que é apresentado o telejornal. Com uma média de 20 minutos de duração, aproximadamente três minutos são dedicados a notícias da região – previsão do tempo, acidentes, agenda de comemorações e outras –, apontadas como comunitárias, devido à utilidade pública dos fatos.
A maior parte das notícias são ligadas à Câmara de Vereadores, devido o fato da televisão ser patrocinada pelo legislativo municipal. Em virtude disso, as notícias giram em torno do “mundo legislativo”, ou seja, projetos de lei, audiências públicas, sessões ordinárias e demais assuntos ligados à Câmara, além esporadicamente fatos de maior interesse da população.
O fato de a TV ter o sinal fechado, ou seja, ser uma TV por assinatura, liga diretamente ao fato do apelo das notícias serem dessa maneira.
O “TVL Notícias” é extremamente local. Só fala da cidade de Blumenau. CURADO (2002) diz que o jornalismo local tem um forte apelo comunitário, portanto, não pode estar distante do que as pessoas fazem. Diz ainda, que o jornalismo local pode prestar serviço. E é exatamente o que o “TVL Notícias” faz. No jornal analisado, havia reportagem sobre campanha de vacinação, diversos projetos de lei visando melhorar as condições dos blumenauenses, tudo, é claro, sob o ponto de vista da administração municipal.
Na edição analisada, não foi usado nenhum infográfico, mapa ou desenho para ilustrar as matérias. Apenas percebemos que o “TVL Notícias” se utiliza bastante de fotos para ilustrar suas matérias. Há apenas um apresentador (que também faz reportagens) e dois repórteres.
Os temas prioritários são as ações do Poder Legislativo de Blumenau, e prestação de serviço ao telespectador. Sempre enfatizando o lado bom das coisas, sempre mostrando somente imagens bonitas, etc.
A TV Legislativa utiliza o modelo padrão de telejornal, ele é reportado através das falas de seus protagonistas. O repórter possui grande autonomia, estando na fronteira intermediária entre a voz institucional e a voz individual e constitui uma espécie de interface entre a televisão e o evento. Cada repórter contribui de forma diferente para a enunciação de um único evento
Segundo MARCONDES (2000), os paradigmas do telejornal são o modelo esportivo de noticiário; a lógica da velocidade, a preferência do “ao vivo”; a substituição da verdade pela emoção; a popularização e o expurgo da reflexão. Em relação ao “TVL Notícias”, observamos que o estilo deste telejornal não se enquadra no modelo esportivo de noticiário, pois as notícias são dadas com tranqüilidade e com tempo para edição. Usam a lógica da velocidade e tem cenas ao vivo, mas não que isto seja uma preferência. Muito raramente substituem a verdade pela emoção.
O “TVL Notícias”, por ser um jornal vinculado organicamente à Assembléia Legislativa regional, apenas mostra um lado de Blumenau. Mostra o que o Poder Legislativo faz de bom (jamais vai mostrar uma matéria de corrupção na Câmara). Como na matéria do Hospital Santo Antônio, por exemplo. Sabe-se que os hospitais da região têm diversos problemas, filas intermináveis, falta de leitos, mas, a matéria só focalizou a ampliação, as novas alas, o laboratório de ponta dos hospitais relacionados. Esse é o jornalismo que o TVL faz. As matérias são bem feitas, com resgate histórico, muita informação (que são jogadas em formato de notas ao vivo ao longo da apresentação), porém, sabemos que é um jornal partidário.
Temas do telejornal “TVL Notícias” - Dia 22/08/2006
- Manchetes: Campanha Vacinação; 46 anos do Hospital Santo Antônio; Iluminação Torre da Catedral- Nota ao Vivo - Chama da paz chega a Florianópolis e depois vem para Blumenau
- Matéria - Iluminação Torre
- Nota ao vivo - Projeto de Lei com caixas coletoras de postagem
- Nota ao vivo - Vereador Betinho Cobra cobra a troca por lâmpadas mais fortes na Rua Estanislau Schaette.
- Matéria - Campanha Vacinação
- Nota pé - apresentador pede aos pais não esquecerem de levar a carteirinha de vacinação.
- Nota ao vivo - Vereador questiona valor liberado pelo poder público a associação de moradores
- Nota ao vivo - Vereador cobra implantação de faixa de pedestres na R. Estanislau Schaette
- Matéria - Hospital Santo Antônio completa 146 anos
- Previsão do Tempo
- Nota - 3ª Semana Mutirão Conciliação de Cidadania do Tribunal de Justiça do Estado
- Nota - Lançamento Campanha Voto Consciente
- Nota - Avaliação 10º Fenatib
- Nota ao Vivo - Cruz Vermelha
-Fim.
Bibliografia:
BARBERO, H. & DE LIMA, P. R. Manual de telejornalismo. Rio de Janeiro, Campus, 2002.
COUTINHO, I. A busca por critérios editoriais em Telejornalismo. Belo Horizonte, INTERCOM, 2003.
CURADO, O. A notícia na TV: o dia-a-dia de quem faz telejornalismo. São Paulo, Alegro, 2002.
MACHADO, A. A televisão levada a sério. São Paulo, SENAC, 2000.
MARCONDES, C. Comunicação & Jornalismo: a saga dos cães perdidos. São Paulo, Hacker, 2000.
REZENDE, G.J. de. Telejornalismo no Brasil: um perfil editorial. São Paulo: Summus, 2000.
Cadernos de Telejornalismo - SBT Meio-dia
Cristiano dos Santos, Leonardo Danezi, Jairo Santos e Marcos Jana
O telejornal escolhido foi o SBT Meio-Dia, transmitido de segunda a sexta-feira das 12 às 13 horas para Blumenau e região. O SBT (Sistema Brasileiro de Televisão) tem o perfil de uma emissora bastante popular e o jornal em análise segue o mesmo padrão. Em decorrência disto a maior parcela de telespectadores se concentra nas classes sociais mais baixas. Na cidade de Blumenau a emissora tem sua afiliada há aproximadamente dois anos. Neste período conseguiu uma audiência média de 8 pontos.
O jornal SBT Meio-Dia da rede SC-SBT não corresponde à estruturação apresentada por Curado (2002). Segundo autor o noticiário de meio-dia se prende ao que aconteceu durante a manhã, traz informações sobre qualquer coisa que se possa fazer a noite e acontecimentos ao longo do dia, o que não é visto no SBT Meio-Dia.
Para Curado (2002), o primeiro bloco tem como obrigação apresentar fatos novos da manhã, notas com assuntos relevantes da pauta que podem ou não ser desdobrados na edição seguinte, informações meteorológicas e vts de acontecimentos importantes com desenvolvimento durante o dia. Os temas apresentados neste bloco que se encaixam com a descrição do autor foi o boletim que traz informações do tempo, reportagem sobre acidente causado pela falta de freio que resultou na morte de um aposentado, reunião sobre o salário dos têxteis. O bloco conta com mais reportagens abordando os seguintes assuntos: preço do diesel para navios pesqueiros, moradores de rua e acidente de outro caminhão.
O segundo bloco, baseado em Curado (2002), tem que ter um VT compartilhado com assunto polêmico do dia que determina maior aprofundamento, entradas ao vivo, coluna servindo como respiro. É importante que os vts sejam segmentados para que não se perca, uma vez que cada um de seus pontos será alvo de entrevistas. Mas nenhum destes pontos é abordado neste bloco do SBT Meio-Dia, que se resume a falar apenas de esportes. Apresenta cinco notas simples, quatro reportagens e muito comentário com Peninha. Os assuntos abordados são: vôlei feminino, basquete feminino, vôlei masculino, copa de futebol society e remo. Os comentários são eitos após todos os VT.
O terceiro bloco teoricamente deve apresentar reportagens feitas fora da cidade para agregar público e oferecer uma visão menos bairrista, informações práticas e de direitos do consumidor e da cidade, notas curtas em seqüência, coluna e uso de arte para esclarecimento. O jornal analisado trabalha neste bloco assuntos de comunidade, não seguindo a linha de Curado (2002). É um bloco bairrista, que traz matérias da cidade, com comentários do apresentador, com conotação de jornalismo de serviço.
O quarto bloco que seria mais leve com informações sobre manifestações culturais, tendências e hábitos, e com vt de encerramento contendo imagens da manhã sobre um fato importante, não existe. O que há, é um bloco com Rudi e Willy.
O jornal SBT Meio-Dia trabalha, segundo a classificação de Rezende (2000), os gêneros informativo e opinativo. Os três blocos trazem matérias com muita informação, porém sempre que há oportunidade os apresentadores e comentários emitem sua opinião sobre a informação veiculada.
1º Bloco
5 reportagens – que fornecem um relato ampliado de um acontecimento, mostrando suas causas, correlações e repercussão. Constituem-se de cabeça, off, sonoras, boletins e nota pé. Assuntos factuais, acontecimentos do dia a dia.
1 boletim – Previsão do tempo feita por telefone.
2º Bloco
5 notas simples – relatos sintéticos e objetivos de um fato, apenas lido pelo apresentador sem imagens.
3 reportagens – que fornecem um relato do acontecimento (com cabeça, off, sonoras, passagem e nota pé).
2 comentários – jornalista especializado em esportes faz uma análise, explica os acontecimentos e mostra os problemas.
3º Bloco
4 reportagens – relato do acontecimento.
4 comentários – jornalista não especializado em assuntos sobre comunidade. Orienta o público, que pode conferir ao seu trabalho uma conotação de jornalismo de serviço.
2 merchandising – propaganda dentro do bloco do cartão de crédito da Blubel.
O SBT Meio-Dia usa poucos recursos visuais. Somente os caracteres de nomenclatura e no momento da previsão do tempo. Os planos mais utilizados são: plano médio, americano, fechado e o geral. Todos de acordo com o que pede nas matérias, salvo às vezes que foram utilizadas imagens relacionadas apenas para ilustrar a matéria. O ritmo da edição é constante, com imagens de cinco a oito segundos cobrindo os offs. As matérias são bem fragmentadas basicamente com off, sonora e passagem. Nesta edição que foi analisada não foram encontrados “sobe som”, mas em outras edições é utilizado no bloco de comunidade para dar um tom de drama na matéria. Apresentadores em plano médio com cortes de câmera simples nos momentos exato, tudo bem ensaiado.
O telejornal estudado destaca temas voltados à comunidade de Blumenau e toda sua região, o que é observado na matéria sobre o porto de Itajaí. Prioriza fatos que afetam a pessoa comum, como a reunião para o aumento de salário dos têxteis, o aposentado que foi atropelado por um caminhão. As matérias em sua maioria são sobre temas polêmicos e buscam focar os problemas do cotidiano.
Nesta edição o SBT Meio-Dia trouxe reportagens de acidente de trânsito focando a falta de estrutura nas estradas e o descuido do motorista com seu veículo; greve com a matéria do porto ligando-a a discussão do diesel em Brasília; reunião salarial dos têxteis em Blumenau. No bloco esportivo os temas priorizados foram os esportes amadores como o remo, o futebol, focando a valorização dos mesmos na cidade; e as conquistas no vôlei e basquete, para apontar que o município tem outros esportes em destaque. No bloco voltado à comunidade os temas abordados se relacionavam com os bairros e cidadão de Blumenau, com enfoque nas dificuldades do povo.
O SBT Meio-Dia pode ser classificado, segundo definições de MACHADO (2000), como telejornal de “modelo polifônico”, pois o apresentador é mais um condutor, em geral impessoal, com sua função principal sendo levar as notícias. No caso analisado, os apresentadores também fazem parte da produção das matérias, mas no geral tentam ser imparciais. A pequena estrutura regional força Alexandre Gonçalves a ser ao mesmo tempo editor chefe e apresentador, invadindo um pouco o que o autor especifica como modelo “centralizador e opinativo”. Mas toda vez que se refere à empresa evita dizer o que pensa ou tomar posição. A opinião fica na boca dos comentaristas, o que acontece nesse veículo.
O jornal tenta manter seu padrão de “modelo polifônico” colocando os opinantes como comentaristas e não deixa na boca dos apresentadores. É o caso de Alexandre José com o quadro Comunidade e do Peninha no bloco direcionado ao esporte.
Marcondes (2000) quando trata de jornalismo contemporâneo, refere-se exatamente ao que é apresentado no SBT meio-dia. O formato utilizado no telejornalismo é o melhor em termos de síntese informativa. Os grandes paradigmas são geralmente influenciados pela indústria da publicidade onde podemos destacar: modelo esportivo de noticiário, lógica da velocidade, preferência do vivo, substituição da verdade pela emoção, popularização e o expurgo da reflexão.
No modelo esportivo de produção de telejornais são apresentadas como se fosse a transmissão de um futebol, onde as cenas falam por si própria e a intervenção do narrador é mínima.
A lógica da velocidade se refere tanto a rapidez que cada emissora traz ao público, quanto a ritmo utilizado. Entende-se que neste modelo, a rapidez da notícia é a grande referência do telejornalismo. Por outro lado, a matéria fica engessada, dotada de padrões superficiais de produção.
A preferência do vivo, por vezes pode limitar a informação. O próprio jornalista pode estar relatando parte da história, somente aquela que ele está vivendo no momento, pois se houver desdobramentos em outro local no mesmo momento do “vivo”, este não será registrado.
Substituição da verdade pela emoção, este telejornal tem por finalidade provocar emoções, sensibilizar os telespectadores. Geralmente as cenas filmadas registram dor, desolação , tristeza.
Alguns jornalistas questionam este modelo porque a notícia se transforma em espetáculo e o real pode até mesmo ser compreendido como ficção.
A popularização é um procedimento tipicamente de televisão, usando procedimentos simples, palavras simples, de fácil compreensão sem questionamentos e sem contar com a memória do telespectador .
Expurgo da reflexão: a televisão é um instrumento, canal, meio que as imagens nos fazem acreditar em tudo. Acreditamos no que vemos e as imagens por vezes são inquestionáveis. E com este sentimento, acabamos não as questionando.
Nesse sentido, no SBT Meio-Dia, ainda existem problemas a serem resolvidos visto que é um jornal em formação. Como por exemplo a forte ligação com o rádio, já que muitos de seus profissionais de lá vieram; maior uso de recursos visuais. Porém ao longo de sua breve história vem melhorando a cada dia a forma de trazer a informação ao público.
Porém, o telejornal SBT Meio-Dia é uma nova opção para a região de Blumenau. Mesmo sendo novo, já apresenta um profissionalismo respeitado e padrão invejável. Trabalha com foco no povo blumenauense e traz com isto temas polêmicos, muita informação geral e política, parecendo assim, um porta-voz da comunidade quanto aos órgãos públicos.
Bibliografia:
BARBERO, H. & DE LIMA, P. R. Manual de telejornalismo. Rio de Janeiro, Campus, 2002.
COUTINHO, I. A busca por critérios editoriais em Telejornalismo. Belo Horizonte, INTERCOM, 2003.
CURADO, O. A notícia na TV: o dia-a-dia de quem faz telejornalismo. São Paulo, Alegro, 2002.
MACHADO, A. A televisão levada a sério. São Paulo, SENAC, 2000.
MARCONDES, C. Comunicação & Jornalismo: a saga dos cães perdidos. São Paulo, Hacker, 2000.
REZENDE, G.J. de. Telejornalismo no Brasil: um perfil editorial. São Paulo: Summus, 2000.
Cadernos de Telejornalismo - Estúdio Santa Catarina
Priscila Simas, Franciele Borhausen, Scheila dos Santos e Isabel Germano
Depois de ver algumas edições do programa “Estúdio Santa Catarina” que se exibe nos domingos às 23h30m e a partir de leitura de alguns teóricos como Marcondes, Bordieu e machado, refletimos sobre a apresentação, estética, formato e linguagem do programa. Ciro Marcondes Filho, poderia ter utilizado a frase “O Mundo é Quadrado”, a vida inteligente dentro e fora dos quadrados não interativos. O público seleciona o que quer ver, ou o que mais se aproxima ao que ele gostaria de ver, vivenciar, experimentar. Os avanços tecnológicos nos permitiram mais conforto, para tal atitude, o controle remoto por exemplo foi um auxiliar na difícil tarefa de selecionar bons e melhores programas. A concorrência por mais audiência aumentou na TV, boom para o telespectador, péssimo para ele também. Os telejornais apropriaram-se de lugares até então exclusivos da classe artística, teatro, improvisação, atuação, maquiagem, camarim, porém há um olvido. O teatro dialoga, interage. A tv monologa.Desta experiência empírica relatada por nosso grupo, experimental, observa-se que em determinados momentos, o espectador já não tem certeza se há informação ou entretenimento, ou onde há este último bem pode haver informação. O programa escolhido por nosso grupo “Estúdio Santa Catarina” tem sua concepção na capital catarinense Florianópolis, é afiliada a Rede Globo, o que lhe proporciona um estreitamento na programação local. O telejornalismo local e regional se liquidifica entre publicidades e merchand.
Outro inconveniente é a mobilidade do espelho da afiliada quando a programação da Rede Globo se estende, o espelho encurta em tempo e programas. A obediência. A conveniência. Veja um exemplo: o programa do dia 10/09 foi “jogado” (entenda-se como expressão, não pejorativa) para outro horário devido à apresentação do “Brasilian Day”. Os apresentadores do “Estúdio Santa Catarina” entravam entre programa e programa para fazer a chamada. Essa mobilidade na programação não é levada em conta os interesses do público local, que talvez sequer tenha interesse em ver, brasileiros pulando no exterior com musicas do Calypso e Sandy & Junior. Mas sim estejam esperando para ver a série “fome” apresentada no programa regional. Talvez boa parte do público tenha se contentado com a “pulação” , não escutamos a sociedade, e ainda se fizéssemos estaríamos longe de saber o que em totalidade pensam a respeito os televidentes. É bem melhor entorpecer-se com músicas de letras baratas, mas com frenesi, que entrar em contato com uma realidade dura e chocante como a fome, a miséria, a falta de água, e de respeito com o ser humano. Divagações nossas!
A revista semanal “Estúdio Santa Catarina” apresenta jornalismo, entretenimento, documentário, e sempre há um bloco sobre sexualidade. Aliás, este último acréscimo da revista semanal vem crescendo, e tomou um bloco inteiro do programa e toma conta do quadro interativo que o programa dispõe para interagir com o espectador.
Segundo MARCONDES (2000:85) “a tv expurga qualquer pensamento complexo”, a efemeridade dos telejornais diários, é a noticia do descobrir, mas não da reflexão, a reflexão não chega a tempo. Porque imediatamente em menos de dois segundos temos outra noticia, o jornal passa de jornalismo a noticiário. A notícia não informa repassa um acontecimento, que por vezes ainda fica mais complicado de entender por comentários desnecessários de pessoas despreparadas para tal comentário. A confusão gera um telefone sem fio onde quem ouve sempre ouve o que quer e ainda como quer. Uma ressalva para o programa por nós estudado traz consigo uma semana para produzir seus quadros, sua produção é mais elaborada e os desdobramentos feitos com pesquisa e contra fontes, mais de 3 fontes. O tempo de elaboração, leva a contar os fatos com propriedades com o mesmo cuidado que meios impressos como as revistas semanais ou mensais conseguem fazer. Temas como segurança pública, mortalidade infantil, pobreza, temas que são desdobrados em vários setores da sociedade. Não o que os intelectuais pensam de fato da pobreza, mas o que os menos favorecidos pelo capitalismo pensam de sua condição, o que o governo está fazendo para diminuir os abismos sociais, como a sociedade pode colaborar para amenizar as diferenças. Aliás, as campanhas sociais de cunho apelativo, só creditam a falência de nossos governos em uma distribuição de renda justa. O fato é que o jornalismo se banalizou a partir de um modelo americano também já ultrapassado, na velha contemporaneidade do jornalismo latino-americano, as propagandas eleitorais têm formato de entrevista, utilizando um comunicador social como fator de respeitabilidade em favor de interesses políticos. Nesse mesmo estilo as propagandas de lojas e artefatos seguem a mesma linha. Maquiavélico.
Quando o público senta-se para ouvir o jornal diário não significa que ele vai pensar sobre o que aconteceu e ouviu, mas ele vai poder falar “ah! eu vi o jornal”. Vê-lo não quer dizer eu penso sobre. Nem poderia pensar ou causar uma reflexão social, afinal em um mesmo período em que diz “Pelo menos 90 foram mortos na explosão” o mesmo apresentador é capaz de trocar de câmera e dizer “Daniela Cicarelli e Ronaldinho se casam em castelo suíço”. Ora, como pretender que o público faça uma reflexão sobre os mortos, se há duas informações tão contrapostas. Conclusões, no dia seguinte todos estarão comentando dos casamentos das celebridades, algum que outro estará dizendo: ainda bem que a gente tá longe dessas explosões. Alienação.
Pelo fato de monopolizar todo o sistema atual de informações a TV funciona como “o mundo”. Um mundo onde as pessoas preferem como real, em lugar do mundo que vêem da janela de seus apartamentos ou do pára-brisa de seus carros. Um mundo “não selvagem”, devidamente domesticado, sob controle, ordeiro. O outro, o mundo que se tem de ver forçosamente, o mundo dos mendigos de rua, da violência do transito, das sujeiras das cidades, do abandono geral , da decadência de toda uma civilização, é um mundo “não registrado”, visto mas não considerado, “não existente" (MARCONDES, 2000:90).
O fato é que se temos o suficiente, importa em uma escala de 0 a 10, 9 que outros não tenham. O fato é que estamos além se segmentados socialmente, segmentados racialmente, geograficamente, estamos interligados pelas mesmas fontes de comunicação e desinformação não conseguimos ver o que os noticiários nos falam? Porque não conseguíamos falar do que nos mostram? Porque continuamos apáticos, em morte lenta. O que nos fala Marcondes, nada mais é do que a morte lenta, o esquecimento, afastar o que não me agrada isolar, até que sozinho consiga terminar com sua dignidade e finalmente aparte-se de mim, da sociedade, do planeta. Talvez estejamos mal informados? Talvez sejam meios de comunicações com interesses, ou desinteresses sociais? Por hora são apenas questionamentos, e vontades de um jornalismo alternativamente mais coeso com os interesses sociais daqueles que continuam sem voz, em morte lenta.
A nossa revista “Estúdio Santa Catarina”, a revista dos catarinenses todos os domingos, passa suas matérias através de dois apresentadores, que determinam o momento de entrada dos repórteres, matérias, gráficos ou entrevistados, saindo do estilo tradicional de informação em bancada, com dois apresentadores sentados. Após uma matéria, os apresentadores voltam e explicam do que se trata à próxima e assim entra novamente o assunto enunciado pelo apresentador.
Se o âncora tem poderes de decidir sobre as vozes que entram e saem, portanto de delegar voz aos outros, se ele permanece a fonte principal de organização dos enunciados, estamos diante de um telejornal de modelo centralizado e opinativo.
(MACHADO,2000:108).
O problema dos jornais opinativos, ou apelativos, é sem dúvida um comentarista despreparado para tal ou qual comentário. É sempre de muita responsabilidade traduzir os acontecimentos, imagine que alguma porção das traduções e interpretações cabem a subjetividade deste tradutor, neste caso o jornalista. O comentarista vai comentar baseado nos fatos lidos nos jornais, ou seja, em base já a uma tradução da realidade. Se não houver uma contextualização histórica, uma instrução elevada e sensibilidade humana, esse comentário será prejudicado por pressupostos e preconceitos, que geram na sociedade mais preconceitos e mais pressupostos. O efeito será destrutivo sem propriedades para refletir soluções possíveis.
Assim como em nome de crenças religiosas se matou no planeta, pode ser que em nome do que o “fulano” falou no jornal, tal “ciclano” seja mesmo um vagabundo. Percebe-se então a responsabilidade da noticiabilidade e do novo jornalismo.
Cadernos de Telejornalismo - RBS Notícias
O “RBS Notícias” tem como foco principal noticiar as informações factuais de cada região do estado no primeiro bloco. Já nos últimos blocos ganham destaque as matérias a nível estadual. Não diferente dos outros jornais televisivos do Grupo Rede Brasil Sul de Comunicação -RBS, afiliado à Rede Globo de Televisão, ele segue padrões de apresentação, filmagem e texto.
Este jornal é destaque na programação, pois está situado no horário nobre e aborda as matérias de maneira dinâmica e rápida, evitando que o telespectador perca o interesse trocando de canal ou saindo da frente da televisão.
Por ser um jornal curto que está entre a novelas da Rede Globo das 18h e 19h, o “RBS Notícias” mantêm a atenção (e também é mais voltado para este público) de mulheres, adolescentes e para quem está chegando em casa (do trabalho, da aula,etc.) e quer apenas algumas “pinceladas” do que aconteceu durante o dia na região em que vive.
Com a maior audiência na programação local da RBS TV, o “RBS Notícias” concentra os esforços de seus profissionais na apuração dos principais acontecimentos diários em Santa Catarina. A equipe do programa é formada pelo editor-chefe Aurélio Espíndola, os editores Augusto Dolenga, Fabian Londero, Ildiane Silva e Janine Somariva, as chefes-de-reportagem Márcia Calegaro e Rossani Thomas e os repórteres Fabiano Marques e Adriana Krauss.
O telejornal “RBS Notícias” é rápido, escrito de maneira informal do modo que o que é falado é absorvido instantaneamente pelo telespectador. Destacam-se também os gestos, expressões faciais, velocidade de leitura, pausas nas locuções, entonação e ênfase em certas palavras. A informação adquire significados complementares. A linguagem coloquial é usada para imprimir grau de comunicação afetiva com o telespectador.
O telejornal “RBS Notícias” destaca os assuntos de maior repercussão do momento, traça um panorama dos fatos do dia, antecipa manchetes dos jornais impressos e aborda questões de interesse do grande público, com enfoque em informações úteis que prestem serviço ao telespectador, sem deixar de garantir a produção de reportagens investigativas e exclusivas, veiculadas em primeira mão.
Os critérios de noticiabilidade segundo COUTINHO (2003) usados no telejornal estudado foram: proximidade geográfica e emocional usado na matéria do grava acidente entre Paraná e Santa Catarina; serviço público nas matérias que falam sobre a campanha da vacinação e sobre uma séria de reportagens abordando os principais problemas que afetam trinta cidades no Estado; matéria sobre a pesquisa eleitoral pelo Estado, fazendo análise da porcentagem adquirida ou perdida durante a campanha no período; relação da notícia e poder, com a matéria do policial que usou dinheiro público em benefício próprio; quantidade e poder multiplicador com a notícia paga que mostra as promoções no maior shopping da cidade.
Ainda que o telejornal deva se constituir de uma montagem de imagens de fontes e vozes, com vários repórteres se intercalando para mostrar a notícia dos mais variados ângulos, isto ainda parece improvável no “RBS Notícias”. Mesmo sendo um dos mais conhecidos, o telejornal se utilizou de lapadas para suprir a carência de material e de interação. Assim precisou apenas do cinegrafista com as imagens das diversas matérias, agrupando-as, e com o âncora em off descrevendo os fatos. Em outros jornais da mesma emissora, como o “Bom Dia Santa Catarina” existe maior interação. Não se pode desmerecer de que o telejornal não estava no local dos acontecimentos, mas todas suas matérias foram gravadas. Mesmo porque, muitas das ações são provenientes de release e de matérias já pautadas.
Se os fatos só existem se estão presentes no telejornal, então as matérias de pesquisa de eleições e dos acidentes nas rodovias podem demonstrar isto. Mesmo que nenhuma das matérias apresentadas foi “ao vivo”, para dar mais veracidade à notícia, todas foram notícias factuais, como a vacinação da poliomielite que acaba trazendo mais atualidade ao jornal. Assim como a mesma matéria é popular, pois engloba pais que tenham filhos menores de cinco anos. E mesmo os que têm filhos mais velhos, já passaram pela situação da vacinação e acabam associados à matéria.
A reportagem referente às eleições não é diferente: a popularização é demonstrada através da produção própria dos repórteres em “Fala SC”, buscando ouvir o que a população do estado tem como necessidade para as eleições. A matéria do Para-Jasc, traz além do “modelo esportivo”, um trabalho social, emoção, verdade e autenticidade.
Bibliografia:
COUTINHO, I. A busca por critérios editoriais em Telejornalismo. Belo Horizonte, INTERCOM, 2003.
MACHADO, A. A televisão levada a sério. São Paulo, SENAC, 2000.
MARCONDES, C. Comunicação & Jornalismo: a saga dos cães perdidos. São Paulo, Hacker, 2000.
REZENDE, G.J. de. Telejornalismo no Brasil: um perfil editorial. São Paulo: Summus, 2000.
Cadernos de Telejornalismo - Patrola
Elaine Malheiros, Bibiana Benites e Alexandra Souza
No dia 20 de maio de 2000 estreava em Santa Catarina o Patrola da RBS-TV. O quadro de abertura trazia um quizz questionando o significado do nome do programa, afinal, muitos não sabia que patrola é sinônimo de retro-escavadeira. Cinco anos mais tarde e tratores à parte, Patrola hoje é sinônimo de programa líder de audiência e segue fiel à idéia contida no título de terraplenar o que vier pela frente: cultura, esporte, ecologia, política e comportamento. A forma de sucesso é o humor e o conteúdo, pois é o que interessa aos jovens. Na equipe, Eleonora Casali coordena e edita, Djalma Araújo é o cinegrafista, Sérgio Kaiser e Manoel Rosa formam a dupla da pós-produção e Zé Brites e Tata produzem e apresentam o programa.Este trabalho aborda a produção jornalística de critérios de noticiabilidade e o efeito das tecnologias em programas interativos. Os apresentadores saem na semana para produzirem o programa que será veiculado no sábado. Buscam as fontes, gravam entrevistas, editam e organizam a produção do programa.
O conteúdo do programa Patrola é inspirado no público jovem, com entretenimento e informação (cultura e arte). Ele é rápido, escrito de maneira informal, do mesmo modo que é falado e, principalmente pode ser interpretado por qualquer tipo de telespectador, porém, seu foco é para o público jovem. Destaca-se também por gestos, expressões faciais, velocidade no raciocínio e a informação que adquirem significados complementares. A linguagem jovial é usada para imprimir grau de comunicação afetiva para o jovem telespectador. Os apresentadores não utilizam a bancada, mas usam planos gerais, ritmo acelerado e visual arrojado.
No dia analisado, o tema prioritário foi mostrar o Afroreggae, ou seja, trabalhos sociais com pessoas carentes, voluntários em prol de uma sociedade melhor. O estilo adotado pelo programa revela um perfil jovem, descontraído, unindo entretenimento e informação. Substituir a verdade pela emoção, que se relaciona com a solidariedade. Imagens monótonas são proibidas, pois estas não causam curiosidade, atração, interesse ao jovem telespectador. Tem que ser instigante, tudo com solidariedade e voluntarismo.
O programa possui uma didática produtiva e diferenciada. A linguagem é dotada para um público jovem, com gírias e informalidade. Interatividade, esta é a classificação do Patrola, que é veiculado todos os sábados pela RBS/TV, oferecendo sempre muitas novidades e curiosidades ao telespectador. Há cinco anos no ar, ele já conquistou o seu espaço e é considerado um dos melhores programas jovens catarinenses da atualidade.
Cadernos de Telejornalismo - TV Galega
O “Jornal de Blumenau”, exibido na TV Galega, vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 19h30min às 20h15min. Fundada em 3 de março de 1997 pelo jornalista Altair Carlos Pimpão e seu filho, engenheiro Carlos Eduardo Pimpão, a TV Galega (nome - GALEGA - inspirado no apelido pelo qual são conhecidas as mulheres de origem alemã na região) leva ao ar reportagens e notícias que refletem a realidade regional, suas dificuldades, seus problemas e suas conquistas. Porém, ainda não existem estudos que revelem o perfil dos telespectadores do “Jornal de Blumenau”.
Para definição de pautas o jornal leva em conta oportunidade de veicular a notícia, sua atualidade, proximidade (com os interesses locais) e a importância do fato.
O “Jornal de Blumenau” adota um estilo padrão de telejornalismo: tomadas em primeiro plano enfocando pessoas que falam diretamente para a câmera (sejam elas apresentadores, âncoras, correspondentes, repórteres, entrevistados, etc.), com um cenário de fundo, relativo ao acontecimento narrado.
A TV Galega (rede local) dispõe de um único telejornal noturno e que, por enquanto, não integra os canais da TV Aberta, restringindo seu sinal ao público da TV paga (por assinatura). Assim, a “imagem da cidade” entra somente nos lares de poucos.
Segundo análise de Olga Curado (2002), ao contrário dos telejornais matutinos e vespertinos, a edição noturna é o programa mais carregado com o factual, mas também obedece a certas regras, como ter três blocos e abrir com VT’s ou notas fortes e encerrar com matérias leves, num total de 16 minutos de programa.
Por não disponibilizar de edições anteriores (matutino e vespertino) o “Jornal de Blumenau” é carregado com matérias e notas factuais e uma entrevista ao vivo, num total de 32 minutos de programa, divididos em quatro blocos. Na análise de Curado (2002) esse esquema adotado pelo JB assemelha-se com a organização da edição matutina e vespertina, que também contém quatro blocos. Cada telejornal está de olho num público e o principal elemento para identificar a “cara” do programa é o horário em que é exibido.
A seguir, o espelho do telejornal do “Jornal de Blumenau” do dia 22 de agosto de 2006:
Escalada
Escalada com teaser: frases de impacto sobre os assuntos do telejornal que abrem o programa.
· Associação empresarial faz campanha pelo voto útil e para eleger candidatos da região.
· O Hospital Santo Antônio comemora os 146 anos de atividades.
· A APAE celebra o dia do excepcional.
· O símbolo do festival mundial da paz chega amanhã em Bnu.
· A equipe feminina de handebol continua na liderança da liga nacional.
· A delegação de Blumenau já está em Joaçaba para as disputas do Parajasc.
1ºBloco: O assunto mais forte abre o programa. Neste bloco estão as notícias e as chamadas mais fortes do dia, do ponto de vista local.
- Cabeça
- Matéria sobre campanha da Acib para o voto consciente. Com intuito de aumentar a representatividade política do Vale do Itajaí. (3 min)
- Cabeça
- Matéria sobre o Instituto Reagente, que atua na sociedade com o Projeto Redução de Danos que trabalha na prevenção do vírus HIV. (2min40seg)
- Nota: Escola Vidal Ramos recebe reformas emergências (novas salas e banheiros).
- Cabeça
- Matéria sobre a visita dos alunos ao quartel na semana do soldado. (1min40seg).
2º Bloco: Factual/Lapadas: imagens ou pequenas notas de acontecimento – alguns exibidos na edição vespertina e que não justificam uma edição mais longa. Podem ser reunidos em seqüência num único VT. (Mapa do tempo - previsão do dia seguinte).
- Cabeça
- Matéria sobre os 146 anos do hospital Santo Antônio e suas novas obras e instalações. (1min40seg)
Nota: Palestra com a responsável do Instituto Nacional do Câncer sobre doenças que podem ser evitadas com simples cuidados.
- Cabeça
- Entrevista com o Gerente de Programas e Ações Carlos Roberto Donner sobre a caminhada pela paz na rua XV. (3min08seg)
- Cabeça
- Matéria sobre várias atividades na celebração da semana do excepcional. O lema desse ano é “a sensibilidade é o caminho da inclusão”. (1min30seg)
3º Bloco: Esportes/ Comportamento/ Cultura.
- Entrevista ao vivo com o organizador do concurso “mini miss de Santa Catarina”, Dietmar Laber, e a atual miss, Beatriz Pereira Hoepfner. (7min30seg)
4ºBloco: Esportes/ Comportamento/ Cultura
- Cabeça
- Matéria: Atletas vão para Joaçaba representar Blumenau nos ParaJasc. (1min50seg).
- Nota: discussão sobre mercado de trabalho para o portador de necessidade especial. O Sine (Sistema Nacional de Emprego) quer tratar o perfil dos portadores que as empresas podem empregar.
- Cabeça
- Matéria: Entrevista com o técnico Sérgio Graciano, sobre a ótima campanha da equipe feminina de handebol de Blumenau na liderança da liga nacional. (2min10seg)
Paradigmas e classificações
Segundo os paradigmas de Ciro Marcondes Filho (2000), o telejornal contemporâneo prima pela força das imagens. Seu conceito para um bom telejornalismo está muito ligado à questão do “ao vivo”. O telejornal tem de provocar emoções, imagens que atraem, prendem, seguram o telespectador pela dor, entusiasmo, preocupação ou pela esperança.
No jornal acompanhado pela equipe, os paradigmas seguem, em alguns aspectos, o telejornal contemporâneo. Torna-se mais uma transmissão da captação da notícia propriamente dita. Sem grandes emoções e imagens que chamem o telespectador.
Quanto à classificação de formatos baseada no texto do autor Guilherme Rezende (2000), o telejornal analisado apresenta-se estruturado no gênero de jornalismo informativo. Mais especificamente, a abordagem das matérias segue o estilo do formato de notícia, com algumas notas apresentadas entre uma reportagem e outra e uma longa entrevista em estúdio, as outras entrevistas estão nas reportagens. Em todas as matérias percebemos que o tratamento visual segue o mesmo estilo. As imagens são captadas em plano médio quando pessoas são entrevistadas e o OFF é relacionado com as imagens da matéria respectiva. O jornal busca muitas entrevistas e algumas delas são feitas em estúdio.
1ª Matéria
Voto Consciente – campanha eleitoral 2006.
Foco: votos nulos, brancos e perdidos dos deputados.
(entrevistas com os candidatos)
2ª Matéria
AIDS – aumento de 150% nos casos de infecção de 2005 para 2006.
Foco: Instituto Reagente presta ajuda a pessoas infectadas e trabalha com prevenção.
(entrevista com o presidente do instituto).
3ª Nota
Reforma de caráter emergencial na escola Vidal Ramos.
4ª Matéria
Semana do soldado.
Foco: Patriotismo. Mais de 200 crianças visitaram o quartel e assistiram a apresentações.
5ª Matéria
146 anos do Hospital Santo Antônio.
Foco: Comemoração e conquistas como a ampliação do hospital e o resgate histórico.
6ª Nota
Câncer
Foco: Evento na FURB, palestras de educação e prevenção.
7ª Matéria
Chama da Paz
Foco: Em Blumenau as escolas estaduais levam a “chama” e fazem apresentações em simbolismo da Paz. Resgate histórico.
8ª Matéria
Semana do Excepcional
Foco: acessibilidade e paralisia – Blumenau.
9ª Entrevista em estúdio
Concurso Mini Miss etapa regional, no teatro Carlos Gomes.
10ª Matéria
Esporte
Foco: PARAJASC. Preparação dos atletas e saída dos participantes de Blumenau.
11ª Nota
SINE
Foco: palestra sobre empregos para deficientes.
12ªMatéria
Esporte
Foco: time de handebol feminino de Blumenau, quatro vitórias.
(entrevista com o técnico do time).
Equipe do telejornal “Jornal de Blumenau” da TV Galega
Apresentação: Silvia Nowalski
Reportagens: Jorge Theiss/ Suzamara Bastos/ Rosalvo Moreira.
Câmeras de externa: Jadir de Amorim / Leonardo Danezi.
Teleprompter: Andreison Hofschneider.
Iluminação: Tuneca.
Câmera de estúdio: Ceneri Marcos Fernandes.
Áudio/GC: Sérgio José Henrique
Direção de TV: Wilson Roberto Gutz
Jornalista Responsável: Silvia Nowalski
Comentário geral da equipe:
O uso de matérias e notas factuais está correto. Não há necessidade de lapadas por não haver edições anteriores do telejornal. No entanto, a previsão do tempo não aparece em nenhum dos blocos, mesmo sendo uma informação importante que é fornecida pelo concorrente.
A entrevista sobre o concurso “Mini Miss Santa Catarina” foi muito mal abordada, uma vez que não houve reportagem ou imagens para ilustrar o tema.
Um bom recurso visual na matéria, fora o uso de mapas e desenhos, pode ser a escolha de um bom lugar para entrevistar a fonte.
No segundo bloco, a repórter Suzamara Bastos entrevistou o Gerente de Programas e Ações, Carlos Roberto Donner, sobre a caminhada pela paz na rua XV. Entrevistadora e entrevistado estavam na calçada em frente à própria TV Galega, que poderia oferecer um cenário menos desconfortável para a falação de mais de 3 minutos.
No quarto bloco o repórter Jorge Theiss conversou com o técnico de handebol Sergio Graciano sobre a belíssima campanha do time blumenauense na liga nacional. A entrevista poderia ter sido feita num horário de treinamento, dentro do ginásio, com as atletas ao fundo. Quem sabe poderia até ter falado com as meninas. Poderia ser em qualquer outro lugar, ao invés do estacionamento de um condomínio.
Numa outra reportagem, Jorge Theiss usa palavras com a mesma terminação, fazendo uma rima não proposital. Em outra, comete o mesmo erro na deixa inicial e é redundante.
1. Camisas, adesivos e materiais informativos (...) (Matéria Acib).
2. Eles são curiosos e atenciosos, prestam atenção em tudo (...) (Se eles são atenciosos é porque prestam atenção) (Matéria Quartel).
- Rimas e palavras com a mesma terminação devem ser evitadas por causa do efeito sonoro das frases. É aconselhável procurar sinônimos para as palavras. O texto de TV deve ser entendido de forma instantânea pelo telespectador. Em todas as matérias a informação visual combina com a informação auditiva. O texto dos repórteres é objetivo e tem o estilo coloquial.
O telejornal foi finalizado com matérias leves, correto.
Bibliografia:
BARBERO, H. & DE LIMA, P. R. Manual de telejornalismo. Rio de Janeiro, Campus, 2002.
CURADO, O. A notícia na TV: o dia-a-dia de quem faz telejornalismo. São Paulo, Alegro, 2002.
MACHADO, A. A televisão levada a sério. São Paulo, SENAC, 2000.
MARCONDES, C. Comunicação & Jornalismo: a saga dos cães perdidos. São Paulo, Hacker, 2000.
REZENDE, G.J. de. Telejornalismo no Brasil: um perfil editorial. São Paulo: Summus, 2000.